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quinta-feira, 10 de março de 2011

Diabetes: um caso especial

Na diabetes, uma equipe da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, liderada por Júlio Voltarelli, já usou células-tronco para tratar quatro crianças com diabetes tipo 1. A primeira intervenção foi feita há pouco mais de seis meses. Na diabetes tipo 1, as ilhotas de Langerhans, estruturas localizadas no pâncreas onde se encontram as células produtoras de insulina, são agredidas pelo sistema imune do próprio paciente. É preciso, então, acabar com esse mecanismo de auto-agressão. "Retira-se toda a medula óssea do paciente e todas as células auto-agressoras são descartadas. Apenas as células que não agridem o paciente são devolvidas à medula, que se repovoa graças à capacidade de regeneração das células-tronco ali presentes", descreve Santos. "É como se fosse um computador que encrenca e você dá um boot para a máquina voltar a funcionar direito", compara. É bem verdade que as células auto-agressoras podem crescer novamente, mas, por enquanto, todas as crianças que se submeteram ao procedimento estão bem e já não precisam tomar injeções diárias de insulina. "Procedimento similar tem sido realizado em pacientes portadores de outras doenças auto-imunes, como lupus e esclerose múltipla", acrescenta o imunologista.
Recentemente, um grupo norte-americano publicou um artigo científico no qual relata que, se células-tronco isoladas da medula óssea forem cultivadas in vitro em um meio rico em glicose, elas se diferenciam em células secretora de insulina. Os pesquisadores injetaram essas células já diferenciadas na cápsula supra-renal de um camundongo diabético. Observaram que essa cápsula passava a produzir insulina, substituía o pâncreas lesado e corrigia a diabetes do animal. Agora, a imunologista Milena Soares, também do CPqGM/Fiocruz, está tentando repetir esse experimento, só que agora usando células humanas. O objetivo é obter células secretoras de insulina a partir de células-tronco e transplantá-las desta vez para o fígado, que se tornaria uma espécie de sucursal do pâncreas em pessoas com diabetes avançada, em que já não há nenhuma ilhota de Langerhans.



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