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quinta-feira, 17 de março de 2011

Sintomas e tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar

Quais são os sintomas da HAP?

As alterações na vasculatura pulmonar descritas acima levam aos sintomas típicos da HAP. Os sintomas são causados pela alta resistência ao fluxo sangüíneo através dos pulmões e resulta em esforço aumentado do coração. Isso pode ter impacto importante na capacidade para o exercício ou para a realização das atividades diárias normais. Os sintomas iniciais comuns incluem:1-3
  • Falta de ar (dispnéia), particularmente na atividade física
  • Fadiga (cansaço físico)
  • Vertigem
  • Síncope, também na atividade física (raro)
  • Edema periférico
  • Dor no peito, particularmente durante a atividade física
Os sintomas podem não ser óbvios inicialmente e são freqüentemente atribuídos a condições mais comuns, tais como asma, fadiga geral ou falta de condicionamento físico. Ao longo do tempo, contudo, os sintomas podem se tornar mais graves e começar a limitar as atividades normais. Conforme a doença progride, alguns pacientes podem experimentar dispnéia constante e fadiga de forma que mesmo tarefas simples, tais como se vestir e andar curtas distâncias, tornam-se difíceis.

Como é tratada a HAP?

Não há atualmente cura para a HAP, mas os avanços no entendimento de como a doença se desenvolve resultou na existência atual de tratamentos disponíveis que têm ajudado a melhorar o prognóstico de pacientes com essa doença.

As principais opções de tratamento para pacientes com HAP são:

Tratamentos que são rotineiramente usados, mas com poucas evidências de um impacto sobre a doença:

  • anticoagulantes, tais como warfarina, destinado ao tratamento das alterações trombóticas observadas e a predisposição potencial para trombose in situ na microcirculação pulmonar
  • diuréticos, para tratamento de falência do coração direito
  • terapia com oxigênio, para manter a saturação de oxigênio > 90% continuamente
  • bloqueadores de canais de cálcio (BCCs). Menos de 10% dos pacientes com HAPI (Hipertensão Arterial Pulmonar Idiopática) beneficiam-se da terapia com BCCs. Essa estimativa é ainda mais baixa em outras formas de HAP. Se não usada em candidatos apropriados (pacientes com vasoreatividade demonstrada durante o cateterismo do coração direito), BCCs podem diminuir o débito cardíaco e a resistência vascular sistêmica sem qualquer melhora na PAP (Pressão Arterial Pulmonar) e na RVP (Resistência Vascular Pulmonar) e, por esse motivo, podem ser deletérios.2

Tratamentos que têm sido especificamente estudados na HAP

  • antagonistas do receptor de endotelina - a endotelina está implicada na patogênese da HAP através de ações sobre a vasculatura pulmonar. Acredita-se que a endotelina esteja elevada em pacientes com HAP e os níveis de endotelina estão diretamente relacionados à gravidade e ao prognóstico da doença. Os antagonistas do receptor de endotelina (AREs) são tratamentos orais que bloqueiam somente o receptor ETA ou ambos os receptores ETA e ETB.3,4
  • análogos de prostaciclina - podem ser administrados por infusão intravenosa ou subcutânea contínua ou via um nebulizador intermitente. Até este momento, agentes orais demonstraram eficácia limitada.
  • inibidores de fosfodiesterase 5 - induz a efeitos de relaxamento e antiproliferativos sobre as células musculares lisas vasculares prevenindo a redução nos níveis de GMPc.

Em casos muito graves, opções cirúrgicas podem ser consideradas:

  • septostomia atrial com balão
  • transplante de coração e de pulmão. Contudo, o uso de transplante está restrito pelo número limitado de doadores de órgãos. 

Fonte: http://www.hipertensaopulmonar.com.br/

Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP)

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é uma síndrome caracterizada por um aumento progressivo na resistência vascular pulmonar levando à sobrecarga do ventrículo direito e finalmente à falência do ventrículo direito e morte prematura.1
O aumento na resistência vascular pulmonar está relacionado a várias alterações progressivas nas arteríolas pulmonares, incluindo:
  • vasoconstrição
  • remodelamento obstrutivo da parede do vaso pulmonar através da proliferação nas várias camadas da parede do vaso sangüíneo (proliferação de células musculares lisas e célula endotelial)
  • inflamação
  • trombose in situ
As principais características histológicas incluem hipertrofia da camada média, espessamento da camada íntima, espessamento da camada adventícia, lesões plexiformes e trombose in situ (Figura 1). A lesão plexiforme representa uma proliferação focal de células endoteliais e musculares lisas e é patognomônica da HAP.
A HAP é definida como uma elevação sustentada da pressão arterial pulmonar média a mais de 25 mmHg no repouso ou 30 mmHg durante o exercício, com uma pressão em cunha da artéria pulmonar normal (< 15 mmHg).1
Na maioria dos casos o sintoma inicial é a dispnéia (falta de ar) progressiva, inicialmente durante o exercício físico, evoluindo até condição de repouso. Outros sintomas incluem síncope ou quase síncope, fadiga e edema periférico.1 Aperto no peito e dor similar a angina podem ocorrer, particularmente durante o exercício físico.

Por que a HAP se desenvolve?

A causa exata que determina o desenvolvimento da HAP permanece desconhecida. Contudo, as pesquisas levaram a um melhor entendimento dos mecanismos de base.
A HAP é reconhecida como uma condição complexa e multifatorial que envolve numerosas vias bioquímicas e diferentes tipos celulares. Acredita-se que a disfunção endotelial ocorra precocemente na patogênese da doença, levando à proliferação de células endoteliais e de células musculares lisas e a alterações estruturais ou ‘remodelamento’ do leito vascular pulmonar, resultando em um aumento na resistência vascular pulmonar.
O próprio remodelamento vascular envolve todas as camadas da parede do vaso e é caracterizado por alterações proliferativas e obstrutivas envolvendo muitos tipos celulares, incluindo as células endoteliais, as células musculares lisas e os fibroblastos. As células inflamatórias e as plaquetas também podem ter papel significativo na HAP.
A disfunção da célula endotelial resulta em produção reduzida de vasodilatadores, tais como óxido nítrico(NO) e prostaciclina, e produção aumentada de vasoconstritores, tais como tromboxano A2 e endotelina-1 (ET-1).
A endotelina (ET-1), o NO e a prostaciclina têm sido os principais focos de pesquisa dentro das novas opções de tratamento de pacientes com HAP.

Endotelina

A endotelina é produzida pelas células endoteliais e é essencial para a manutenção do tônus e da função vascular normal. Contudo, altos níveis de endotelina são vistos em pacientes com HAP devido a várias etiologias1-3 e se correlacionam com a gravidade da doença4, resultando em vários efeitos deletérios, primariamente na vasculatura5:
  • Fibrose
  • Hipertrofia e proliferação celular, que podem levar ao espessamento, estreitamento e oclusão dos vasos sangüíneos
  • Inflamação
  • Vasoconstrição
A endotelina liga-se a dois receptores, ETA e ETB. Ambos os receptores estão implicados na HAP e medeiam os efeitos deletérios da endotelina6. O antagonismo do receptor de endotelina (ARE) pode atenuar os efeitos de apenas um (antagonista somente do ETA ) ou de ambos os tipos de receptores (antagonista dual dos receptores ETA e ETB).

Prostaciclina

A prostaciclina é um potente vasodilatador, bem como um inibidor da ativação plaquetária.
Acredita-se que pacientes com HAP tenham níveis baixos de prostaciclina, o que poderia resultar em vasoconstrição na vasculatura pulmonar e em uma tendência para proliferação de células musculares lisas e ativação plaquetária, facilitando a formação de trombos tanto na microcirculação quanto nas artérias pulmonares.7-9 A terapia com formas sintéticas de prostaciclina pode ajudar a corrigir essa deficiência, embora a administração dessa forma de tratamento seja complexa.10-12

Óxido nítrico (NO)

Os pacientes com HAP parecem produzir quantidades insuficientes de NO, o que pode contribuir para o desenvolvimento da HAP.5 O efeito vasodilatador do NO é mediado por GMPc, que é rapidamente degradado pelas fosfodiesterases. A inibição da degradação de GMPc com inibidores de fosfodiesterase 5 promove o acúmulo de GMPc intracelular, resultando em vasodilatação.13


Fonte: http://www.hipertensaopulmonar.com.br/

terça-feira, 15 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tratando o Alzheimeir dentro de casa

Dicas, cuidados e as melhores formas de lidar com o idoso que sofre com a doença e aliviar o estresse do cuidador.
O Alzheimer é uma doença degenerativa que envolve a perda gradativa de diversas capacidades importantes para o ser humano, como linguagem, memória, cálculos e julgamento, planejamento e organização e, posteriormente, funções motoras.
Os indivíduos com a doença precisam intensamente do auxílio de cuidadores, sejam eles da família ou profissionais contratados. Em ambos casos, o cotidiano destas pessoas é envolvido pelas necessidades integrais do idoso e, não raro, vivem em um dia a dia extremamente cansativo, que pode culminar em estados de puro estresse físico e emocional.
Para auxiliar familiares e cuidadores, identificamos com os profissionais do Residencial Israelita Albert Einstein (RIAE) – que atendem idosos com a doença – dicas práticas de como estimular a autonomia dos pacientes por mais tempo e de como facilitar a vida de quem acompanha esses indivíduos.
Antes da relação de dicas, leia um resumo das três principais fases da doença (que geralmente atinge os últimos 10 ou 15 anos de vida):
  • 1ª fase/Diagnóstico:
    O indivíduo passa a ter lapsos de memória e perda da noção de quantidade (uma nota de R$100 pode ser usada no lugar da de R$10, por exemplo).
  • 2ª fase/Moderada:
    A pessoa necessita de supervisão para tarefas rotineiras e, geralmente, um acompanhante para passeios fora de casa. Nesta fase ele pode desaprender o significado do farol vermelho, por exemplo, por isso é recomendado que não dirija mais.
  • 3ª fase/Grave:
    Está é a fase da dependência total para atividades como vestir, comer e usar o banheiro, e o paciente pode apresentar perda de linguagem e alucinações.
Vamos às dicas:

Planejamento

A primeira indicação, para a fase do diagnóstico, é procurar entender a doença e o seu desenvolvimento com o passar do tempo. Como é um processo praticamente irreversível, esse conhecimento pode auxiliar a família a criar um plano de ação. Por exemplo: vamos contratar um profissional em algum momento? Quando assumir as finanças do paciente?

Relação idoso x cuidador

O cuidador deve tentar deixar o paciente ativo, pelo tempo que for possível, em qualquer atividade. Tentar ajudá-lo apenas com o que ele não consegue realizar sozinho, e fazer apenas uma coisa de cada vez. Quando falar com o idoso, esteja presente, olhando nos olhos – isso facilitará a compreensão.
Para cuidadores profissionais, cuja fisionomia o idoso tem ainda mais dificuldade de memorizar, a indicação é sempre se apresentar todos os dias, dizendo o próprio nome e explicando que o seu papel é estar ali para auxiliá-lo.
Outra dica é não infantilizar o idoso com frases e modos de falar utilizados com crianças. Eles podem ficar constrangidos e irritados.

Comportamento

Geralmente, a doença acentua características de comportamento comuns ao indivíduo ao longo da vida. Espere de indivíduos que são agressivos, que ajam com maior agressividade – principalmente na fase em que percebem estar perdendo o controle das ações. Já as pessoas mais caladas, por exemplo, tendem a ficar ainda mais introvertidas.

Rotina

Introduzir novas tarefas a um paciente com Alzheimer é mais difícil. O ideal é realizar atividades semelhantes às que ele já fazia. Uma rotina que o paciente goste consegue deixá-lo ativo e engajado, com independência e autonomia por mais tempo.

Alimentação

Dê preferência a locais tranquilos e iluminados e use cores contrastantes entre o prato e a toalha de mesa – isso irá ajudá-lo na visualização dos alimentos.
Tome cuidado com os talheres. Prefira facas sem serra e, caso o idoso tenha tendência à agressividade e queira espetar a si ou aos outros, utilize colher ao invés de garfo.

Transtorno bipolar

Primeiro a angústia, o desânimo, a falta de vontade de se levantar da cama. Depois, vêm a animação, extrema autoconfiança, sensação de poder, vontade de fazer mil coisas ao mesmo tempo. A primeira impressão é que essas sensações são de duas pessoas, uma depressiva, outra eufórica.
Mas, na verdade, trata-se do mesmo homem ou mulher – alguém que sofre de transtorno bipolar de humor, doença psiquiátrica que atinge cerca de 3% da população mundial, caracterizada por oscilações abruptas de humor, com episódios de depressão e de mania (o oposto da depressão).
A doença mental está entre as dez que mais afastam os brasileiros do trabalho. Ocupa o terceiro lugar na lista, depois da depressão e da esquizofrenia, conforme levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em novembro de 2007.
“O humor é o pano de fundo da nossa vida emocional. Normalmente, se acontecem coisas boas, as pessoas ficam alegres, se acontecer algo ruim, ficam tristes. Para quem tem transtorno bipolar, a lógica não é sempre essa. O humor pode oscilar muito e de forma muitas vezes independente do que ocorre ao redor. Os acontecimentos influenciam de forma nem sempre previsível. Se morre alguém, imagina-se que a pessoa fique triste, mas o bipolar pode entrar numa crise de euforia, ficar ‘elétrico’, ou mesmo irritável e não porque não gostava da pessoa, mas porque o estresse desencadeou uma instabilidade da doença. Por isso, o transtorno é imprevisível”, explica Sérgio Nicastri, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Normalmente, se acontecem coisas boas, as pessoas ficam alegres, se acontecer algo ruim, ficam tristes. Para quem tem transtorno bipolar, a lógica não é sempre essa
Uma das principais evidências de que a doença está relacionada às reações químicas do cérebro é que os remédios dão resultado. Entretanto, o mecanismo de funcionamento da doença é um processo extremamente complexo. Ainda não há certezas sobre neurotransmissores ou reações químicas que estejam envolvidas no desencadeamento da doença. O que se sabe é que alterações da serotonina e da noradrenalina cerebrais estão relacionadas à depressão e a dopamina é o neurotransmissor mais relacionado aos episódios de mania.

domingo, 13 de março de 2011

Cuidados que devem ser tomados no verão

Usar roupas leves, passar o protetor solar diariamente, hidratar-se e evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h são algumas das principais dicas dos dermatologias aos adultos, crianças e trabalhadores expostos diariamente ao sol. Com a chegada do verão, começam também as preocupações com doenças de pele, como a miliária (brotoeja), as micoses, a acne, as queimaduras solares e, principalmente, o câncer de pele, conforme alerta a coordenadora do Serviço de Dermatologia Ocupacional da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria das Graças Mota Melo, que assumirá este ano a coordenação do Departamento de Alergia/Imunologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Rio de Janeiro.
Os cuidados vão além desses citados. Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas, evitar exposição solar e se protegerem quando expostas ao sol. A recomendação, segundo a dermatologista vai além do uso correto do filtro solar. Deve-se usar chapéus com abas largas e barracas na praia de algodão ou lona - que absorvem 50% da radiação ultravioleta. Existem inclusive chapéus e roupas com proteção solar que podem ser utilizados conforme a necessidade. "O ideal é que o fator de proteção solar do filtro seja de 30 ou mais. Os pais devem estar atentos as crianças, pois são mais sensíveis ao sol, e devemos informar os homens sobre a importância de proteger a pele, já que as mulheres se cuidam mais com a utilização de hidratantes e filtro solar".
Em relação aos trabalhadores, Maria das Graças revela que jardineiros, trabalhadores da construção civil, garis, guardas de endemias, agentes de saúde, salva-vidas e das demais profissões, em que há exposição solar, devem tomar os mesmos cuidados. Ela afirma que há um planejamento para desenvolver um programa de prevenção de câncer de pele para os trabalhadores da Fiocruz em 2011. "A Fundação adere anualmente à Campanha Nacional do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, mas precisamos olhar para os nossos trabalhadores expostos ao sol. Devemos começar pelo menos com um grupo de trabalhadores e, conforme a aquisição de equipamento específico para rastreamento de lesões suspeitas de câncer de pele e formação de equipe necessária poderemos então ampliar esse trabalho". Abaixo, as médicas orientam como fazer o autoexame da pele e dão dicas para prevenção do câncer de pele.
Como fazer o autoexame da pele?
1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo;
2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas;
3) Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas, além da região genital;
4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como entre os dedos;
5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas;
6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas.
Orientações para a prevenção do câncer de pele
1) Use protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados e chuvosos;
2) Evite exposição solar;
3) Examine regularmente sua pele em busca de ferida que não cicatriza ou sinal que está crescendo ou mudando de cor;
4) Procure um serviço de dermatologia ao encontrar alterações suspeitas na pele.
Dicas especialmente voltadas para a exposição ocupacional
1) Use protetor solar diariamente;
2) Além do filtro solar, fazem parte da proteção chapéus de abas largas, camisas de mangas compridas, calças e óculos escuros;
3) Procure lugares com sombra sempre que possível;
4) Se possível, evite trabalhar exposto ao sol sem proteção adequada, principalmente nos horários mais quentes do dia (entre 10h e 16h);
5) Evite exposição ao sol quando não estiver trabalhando;
6) Procure um serviço de dermatologia ao encontrar alterações suspeitas na pele.


 Fonte: http://www.fiocruz.br 

Aumento do uso de tabaco entre idosos no mundo

Uma pesquisa baseada em revisão de literatura concluiu que a prevalência de tabagismo entre idosos foi de 13% em ambos os sexos. A maior taxa foi encontrada entre idosos do sexo masculino que vivem em países de renda mais alta. O trabalho reuniu pesquisadores de diversas instituições, entre eles Evandro Coutinho, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O objetivo foi combinar os resultados de pesquisas identificadas sobre a prevalência do tabagismo entre idosos, para estimar sua prevalência e possíveis fatores relacionados a esse comportamento. Foram usadas as bases de dados eletrônicas Medline, Lilacs e Biological Abstracts, além de jornais especializados.
O trabalho, publicado na edição de dezembro de 2010 da revista Cadernos de Saúde Pública, da Ensp/Fiocruz, mostra que o uso do tabaco é responsável por quase 10 mil mortes por dia e cerca de 4,9 milhões de mortes por ano em todo o globo. O tabagismo tem sido associado a diversas doenças, como isquêmicas do coração e respiratórias, acidentes vasculares cerebrais, câncer de pulmão e do trato digestivo, entre outros. Além de Evandro Coutinho, participaram da pesquisa Valeska Marinho e Jerson Laks, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Sergio Luís Blayd, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Todas as pesquisas analisadas foram publicadas entre 1992 e 2004, sem restrições de linguagem. Os pesquisadores buscaram identificar documentos que apresentassem pessoas que fizessem uso do tabaco diariamente ou não, independe da quantidade de fumo. Os dados coletados abrangeram todos os continentes em ambos os hemisférios (Norte e Sul). Ao todo, foram incluídos 140.058 idosos nas pesquisas relatadas. A taxa de prevalência do tabagismo (13%), em ambos os sexos, acabou sendo maior em homens (22%) do que em mulheres (8%). "As diferenças de gênero no uso do tabaco são bem conhecidas entre os adultos, apesar de coortes recentes terem demonstrado maior utilização em mulheres jovens. Essas estimativas implicam que, no futuro, o uso de tabaco pode aumentar entre mulheres idosas, reproduzindo a tendência observada nos grupos jovens", afirmam os pesquisadores.
Para o grupo, o estudo mostra que o uso do tabaco entre idosos é um problema de saúde potencialmente evitável e extremamente importante para a sociedade. Entretanto, poucos estudos epidemiológicos avaliaram as taxas de consumo de tabaco entre idosos até o momento. São necessárias novas pesquisas com essa população, visando identificar melhor seus problemas de saúde, além de uma análise mais profunda sobre seus fatores culturais e socioeconômicos. "Em resumo, nesse estudo é possível concluir que existe um aumento das taxas de prevalência do uso de tabaco no sexo masculino, embora seja possível também verificar a tendência de crescimento do consumo de tabaco entre mulheres idosas, conforme observado entre os mais jovens", encerram.


Fonte: http://www.fiocruz.br

Hantaviroses

O que são?
São doenças infecciosas agudas graves que se manifestam sob as formas de Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SCPH) e Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR). Nas Américas, até o momento, só foi diagnosticada a forma pulmonar, como os três casos recentemente registrados no Distrito Federal.
Quais os sintomas?
Febre alta (acima de 38º), dores no corpo, dor abdominal, dor de cabeça, tosse seca, taquicardia e dificuldade para respirar. Essa fase dura em média de 3 a 5 dias, podendo evoluir para a fase cardio-pulmonar. A fase cardio-pulmonar caracteriza-se por insuficiência respiratória aguda grave e choque circulatório, apresentando alta taxa de letalidade (45%).
Como é transmitida a doença?
A infecção humana ocorre mais freqüentemente pela inalação de aerossóis formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores silvestres. Outras formas de contágio são por mordida de rato infectado com o hantavírus e contato da pele ferida com excretos de roedores ou ainda ao levar as mãos sujas com fezes ou urina de rato à boca.
Qual o período de incubação?
Em média de 14 dias, com variação de 4 a 42 dias.
Qual o tratamento?
Ainda não existe tratamento específico para a Hantavirose. O importante é que aos primeiros sintomas o paciente procure um posto de saúde e inicie o acompanhamento médico com medidas de suporte clínico.
Como prevenir?
Existem algumas formas de evitar a presença de roedores silvestres em domicílios ou seu contato com alimentos ou outro objeto que transmita o vírus aos humanos:

  • Elimine todos os resíduos que possam servir para a construção de tocas e ninhos de roedores, assim como reduzir suas fontes de água e alimento;

  • Evite entulhos e objetos inúteis no interior e ao redor do domicílio através da limpeza diária;

  • Armazene insumos agrícolas e outros objetos em galpões distantes, pelo menos 30 metros dos domicílios, sobre estrados de 40 cm de altura;

  • Vede fendas e outras aberturas superiores a 0,5 cm para evitar entrada de roedores nos domicílios;

  • Remova diariamente as sobras dos alimentos de animais domésticos;

  • Limpe piso e móveis com pano úmido com água sanitária a 10% ou detergente, especialmente se o piso for de terra, para evitar que a poeira se espalhe;

  • Só toque em animais mortos com luvas de borracha;

  • Evite entrar em habitações em áreas rurais que estejam fechadas e sem ventilação por algum tempo


    Fonte: http://www.fiocruz.br

    sábado, 12 de março de 2011

    sexta-feira, 11 de março de 2011

    Leptospirose, transmitida por água e barro contaminados, preocupa

    Além de perdas humanas e materiais, as chuvas que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro trazem outro risco para a população: a leptospirose. Causada por uma bactéria presente na urina de animais, principalmente ratos, a doença pode levar a morte é comum em situações de enchente. A pesquisadora Ilana Teruszkin Balassiano, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), aponta os cuidados que devem ser tomados pela população, ressalta a importância de higienizar bem pernas e pés e alerta que o risco da doença está presente tanto em áreas urbanas quanto em regiões afastadas de grandes centros.
    A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira, presente na urina do rato, muito comum em esgotos de grandes cidades. No entanto, Ilana explica que ela também é excretada por outros animais, como bois, porcos e cachorros. “Por isso, em uma situação de enchente, a leptospirose continua a representar risco para a população, mesmo em áreas menos urbanizadas”, afirma a especialista do Laboratório de Zoonoses Bacterianas do IOC, que atua como Referência Nacional para Leptospirose junto ao Ministério da Saúde e é reconhecido desde 2008 como Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o agravo.
    A bactéria penetra no corpo pela pele, principalmente se houver alguma “porta de entrada”, como um corte ou arranhão. Como pernas, pés e mãos estão mais expostos ao contato com lama e água que podem estar contaminados, os cortes e arranhões nestas localizações inspiram ainda mais cuidados.
    Segundo Ilana, porém, em situações como a vivida neste momento na Região Serrana fluminense, o contágio pode ocorrer pelo contato prolongado da água ou o barro contaminado com a pele, mesmo sem ferimentos. “Para diminuir os riscos, a recomendação é evitar ao máximo o contato com a água e o barro de enchentes e desmoronamentos. Se não for viável, lavar bem pernas, pés e mãos assim que possível”, explica a especialista. “O uso de calça comprida e sapato fechado ajuda, mas não protege totalmente, pois acabam encharcados. O mais indicado é o uso de galochas ou sacos plásticos para proteger a pele por dentro do calçado, se não houver como evitar o contato com a água e o barro”, orienta.
    Ilana também indica cuidados na hora de voltar às residências atingidas por enchentes e desmoronamentos. “A Leptospira precisa de ambientes úmidos para sobreviver. Dessa forma, é importante evitar o contato com a lama das casas e terrenos, pois ainda há o risco de contaminação”, explica. “A bactéria é sensível aos desinfetantes de forma geral, principalmente aqueles a base de cloro. Recomenda-se uma boa higienização das casas com esses produtos. Para lavar roupas atingidas pela enchente, por exemplo, o uso de água sanitária é indicado”, explica. A pesquisadora destaca, ainda, a importância de orientar as crianças para evitar o contato com a água e a lama das casas e de consumir apenas água mineral ou devidamente tratada, para evitar o risco de contaminação por diversos microorganismos.
    O período de incubação da leptospirose varia de cinco a dez dias. Os primeiros sinais da doença se assemelham a um resfriado, com febre, dores de cabeça e no corpo, especialmente na panturrilha, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas). “Se a pessoa teve contato com a água das enchentes ou o barro de desmoronamentos e apresentar estes sintomas, deve procurar atendimento médico e relatar a situação, para que receba o tratamento adequado”, explica Ilana.
    A leptospirose é tratável, principalmente se diagnosticada logo, mas pode evoluir, em casos específicos, para formas mais graves, comprometendo os pulmões e os rins e causando a morte do paciente. O tratamento da doença é feito com antibióticos específicos e em casos mais graves pode ser necessária internação hospitalar.

    Fonte: http://www.fiocruz.br

    Artigo estima efeitos de criação de uma vacina contra o HIV até 2050

    Quais seriam os efeitos do desenvolvimento e implementação de uma vacina contra o HIV, mesmo de eficácia moderada, para a prevenção da Aids no Brasil nos próximos 40 anos? Um estudo epidemiológico realizado por uma equipe do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), em conjunto com o Futures Institute e a International Aids Vaccine Initiative (Iavi), estimou o potencial impacto que a medida teria, no país, na redução do número de novas infecções, mortes e pessoas que recebem tratamento antirretroviral, tendo como base diferentes cenários e grupos de risco. Publicada na revista científica internacional PLoS One, a pesquisa apontou, considerando a introdução de uma vacina no Brasil em 2015, reduções de até 73% no número de novas infecções e de 30% no número de mortes no período que iria até 2050 – quando 80% da população adulta entre 15 e 49 anos estariam imunizados por uma vacina de 40% de eficácia.
    “Apesar de o desenvolvimento de uma vacina efetiva contra o HIV ainda estar distante, estudos de modelagem são relevantes e cruciais na preparação de governos para a adoção de políticas quando um imunizante estiver disponível ou candidatos à vacina estejam em estágios posteriores a ensaios clínicos”, afirmam os pesquisadores. “Estratégias de vacinação, mesmo com uma vacina imperfeita, podem ser altamente efetivas e de custo-benefício considerável”.
    Segundo os autores, a epidemia de Aids no Brasil continua concentrada em populações de alta vulnerabilidade à infecção por HIV. Embora esta ocorra em pessoas acima de 50 anos de idade, o percentual é menor do que 10%, o que fez os pesquisadores considerarem como grupo de médio risco pessoas de 15 a 49 anos. Nesse sentido, usuários de drogas, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e seus clientes, e pessoas que têm mais de um parceiro sexual em um ano são classificados como grupos de alto risco, podendo ser os principais alvos para a suposta vacina.
    Com a finalidade de averiguar o impacto do imunizante no curso futuro da epidemia, os pesquisadores, inicialmente, modelaram a epidemia de Aids no Brasil até 2007 e simularam como esta caminharia até 2050, caso permanecessem estáveis as medidas de prevenção e a cobertura de pacientes em tratamento, mantendo, assim, a prevalência do HIV estável ao longo do período. Sem qualquer nova intervenção, a projeção indicou mais de 1 milhão de novas infecções e quase 500 mil mortes, de 2010 a 2050. Porém, em um cenário em que as populações de médio e alto risco fossem vacinadas com um imunizante 40% eficaz, a medida resultaria na redução de 52% do número de novas infecções e de 21% da quantidade de mortes devido ao HIV. “Certamente, uma vacina 70% efetiva aplicada na população em geral resultaria em um impacto mais significativo, interferindo drasticamente na epidemia brasileira pela redução de 92% do número de novas infecções, de 2020 a 2050”, estimam os autores.
    “Mesmo uma estratégia orientada para a vacinação de populações de médio e alto risco com uma vacina 70% efetiva, ainda assim, iria produzir uma redução de 74% de novas infecções”

    Segundo os pesquisadores, uma vacina 70% efetiva aplicada na população em geral resultaria em um impacto mais significativo, interferindo drasticamente na epidemia brasileira pela redução de 92% do número de novas infecções, de 2020 a 2050
    Outras situações foram avaliadas a fim de verificar a relevância de fatores que podem diminuir ou interferir no impacto da vacina, como comportamentos de desinibição, ou seja, a redução do uso de preservativos, por exemplo, e falhas no alcance e na vacinação de populações de maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Dois cenários foram considerados para a observação da importância do comportamento de desinibição. No primeiro, o número de novas infecções foi reduzido em 42% (em vez de 73%) quando a população foi vacinada com uma vacina de baixa eficácia e gradualmente diminuiu o uso de preservativos. No segundo, o estudo apresentou até um aumento de 8,5% no número de novas infecções, em uma projeção em que 50% da população de médio e alto risco vacinados imediatamente pararam de usar camisinha.
    “O impacto potencial de uma vacina de eficácia moderada, como indicado neste estudo, pode oferecer um poderoso argumento para a relevância de continuar investindo na pesquisa e no desenvolvimento de uma vacina, já que foram mostradas evidências de que esse esforço seria significativamente benéfico para o controle do HIV, mesmo em um contexto de epidemia concentrada”, explicam os pesquisadores.
    “Além disso, as conclusões do estudo relacionadas ao impacto de estratégias de vacinação podem demonstrar a importância de informar e acelerar discussões a respeito da produção de uma vacina e encorajar a adoção do produto no futuro, além de estimular a discussão sobre as melhores estratégias para atingir as populações mais vulneráveis à infecção pelo HIV.” Os pesquisadores ressaltam que, na vigência de uma vacina imperfeita, as medidas de prevenção deverão ser mais reforçadas, sob o risco de aumentarem ainda mais as novas infecções, até porque o uso sistemático de preservativos também reduz a incidência das outras doenças sexualmente transmissíveis.

    Fonte: http://www.fiocruz.br

    Endometriose

    O que é Endometriose?
    A definição médica de endometriose é: presença de tecido semelhante ao que recobre a cavidade uterina fora de seu local habitual.
    Este tecido, o endométrio, normalmente é composto por duas partes: o parênquima, ou suas glândulas, e o estroma, o tecido que sustenta as glândulas.
    O encontro somente de um ou outro já pode confirmar o diagnóstico.
    Onde a Endometriose pode ser encontrada?
    Na maioria das vezes a endometriose é encontrada na pelve feminina. Localizações específicas da doença (também conhecidas como lesões, ou implantes) são encontradas em vários órgãos da pelve, incluindo útero, ovários, trompas, ligamentos uterinos, ureteres, intestinos e bexiga.
    A localização destes implantes, a profundidade de penetração no tecido sobre o qual eles se encontram e seu tamanho, contribuem para a natureza única desta doença. Embora existam opiniões divergentes sobre alguns dos aspectos da endometriose, há consenso no sentido de que todos concordam que ela nunca se manifesta de maneira igual em todas as pacientes. Podemos encontrar situações semelhantes de acometimento pela endometriose, mas cada uma com sua particularidade.
    O que a Endometriose causa? 
    A intensidade da dor causada pela endometriose depende em parte de onde ela está e a quantidade de implantes existentes. Um foco de endometriose pode permanecer com tamanho pequeno e relativamente inativo por vários anos. Entretanto, mesmo um pequeno implante ativo pode causar dor incapacitante se ele irritar uma terminação nervosa vizinha. Adicionalmente, os implantes provocam uma reação inflamatória. O tecido ao redor do implante pode romper-se e sangrar. A reação natural do organismo é a de tentar cobrir estas áreas com tecido cicatricial (também chamado de aderências). Freqüentemente os implantes ativos e sangrantres ficam presos embaixo das aderências causando sensação de dor e pressão.
    Órgãos como os ovários, importantes para a fertilidade, podem sofrer hemorragias dentro de sua própria estrutura. A degeneração do sangue retido por suas paredes pode criar uma massa cística chamada endometrioma. Estes cistos podem atingir o tamanho de uma bola de tênis e causar muita dor pélvica.
    A invasão de órgãos vizinhos como os intestinos, a bexiga e os ureteres pode acontecer. O comprometimento de vários órgãos ao mesmo tempo, que deveriam estar livres na pelve deslizando uns sobre outros, pode causar aderências severas entre eles, causando um quadro frequentemente chamado de “pelve congelada”. A consequencia é que a movimentação natural destes órgãos, como a que ocorre nos ovários durante a ovulação, ou nos intestinos, pela progressão de gases e fezes, e, portanto, movimentos fisiológicos, tornam-se extremamente dolorosos.
    Quais são os principais sintomas?
    Para esta pergunta não há uma resposta única e precisa. Algumas mulheres com doença avançada não sentem nenhuma dor, e mulheres com doença inicial podem sofrer dor incapacitante. Também existem graus intermediários de intensidade da dor, sendo ela o sintoma mais frequente.
    Outros sintomas incluem:
    • cólicas menstruais severas
    • dores pélvicas fora da menstruação
    • dor lombar
    • dor às relações sexuais
    • movimentos intestinais dolorosos
    • constipação intestinal
    • diarréia durante as menstruações
    • dor ao realizar exercícios fiscos
    • dor ao exame ginecológico
    • dor e aumento de frequencia das micções
    Obviamente nem todas as mulheres apresentam todos estes sintomas, mas eles são os mais frequentes.
    Como é feito o diagnóstico da Endometriose? 
    A única forma de fazermos o diagnóstico com 100% de certeza é visualizarmos os implantes por cirurgia videolaparoscópica, realizarmos a biópsia, ou retirada dos implantes, e termos a confirmação por análise deste tecido em microscópio de que ele é semelhante ao encontrado na cavidade uterina.
    E se você ainda não fez a cirurgia? Ou você é uma adolescente iniciando seus períodos menstruais? Como fazer o diagnóstico?
    Nos estágios iniciais da endometriose, bem antes que qualquer exame pélvico possa apresentar alterações sugestivas da doença, uma boa estória clínica ou anamnese deve ser feita pelo médico. À medida que a doença progride, ela pode evidenciar sinais ao exame físico e cabe ao médico experiente identificá-los.Ultrasom, Tomografia Computadorizada, e Ressonância Magnética são alguns dos exames que podem trazer alguma informação sobre cistos de ovários e lesões intestinais, mas nem toda mulher com endometriose apresenta cistos ovarianos ou lesões intestinais, e nem todo cisto ovariano significa endometriose.
    A cirurgia ainda é a única forma de se fazer o diagnóstico com certeza.

    Novo método diminui para uma semana o tempo de detecção do vírus da pólio

    Foco de grandes campanhas anuais de vacinação, a poliomielite foi erradicada do país há 16 anos. O esforço de monitoramento sobre a possível reintrodução do vírus, no entanto, permanece como uma preocupação constante. Referência nacional e internacional para o tema e responsável pela vigilância epidemiológica da doença no Brasil e no Peru, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acaba de aperfeiçoar o método de detecção do vírus. Mesclando a técnica indicada como padrão pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com técnicas moleculares, o procedimento desenvolvido pelo IOC reduz de três para uma semana o tempo para o resultado final, além de identificar o sorotipo de poliovírus ou de outro enterovírus (gênero ao qual os poliovírus pertencem) presente na amostra.

    “Os poliovírus, conhecidos por causar a poliomielite, são os mais graves dentre os enterovírus. Porém, a doença é um evento muito raro. De mil pessoas infectadas com o vírus selvagem, somente uma ou duas irão desenvolver a doença paralítica. As outras terão sintomas como os de um resfriado comum e também podem acontecer casos de meningite”, explica o pesquisador Edson Elias, chefe do Laboratório de Enterovírus do IOC. Um dos desafios para a vigilância da doença é justamente a rara manifestação de sintomas mais graves, abrindo espaço para que possa ocorrer a circulação silenciosa do vírus. Situações em que a cobertura vacinal não é adequada causam ainda mais preocupação. “Eventualmente, foi observado a partir do ano 2000 que, em ambientes com baixa cobertura vacinal, os vírus atenuados utilizados na composição da vacina podem sofrer mutações e readquirir o fenótipo neurovirulento, com potencial para causar doença como se fosse um vírus selvagem. No Brasil não há registro de casos deste tipo, já que a cobertura vacinal é adequada”, esclarece.

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    Transmissor da malária cria rapidamente uma resposta contra o causador da doença

    O transmissor de uma doença pode ajudar a controlá-la? Pesquisa desenvolvida por americanos, indianos e brasileiros sugere que sim. No estudo em questão, a doença é a malária, causada pelo parasita Plasmodium e transmitida ao homem pelo mosquito Anopheles. Os pesquisadores descobriram que o mosquito desenvolve rapidamente uma resposta imunológica ao parasita, destruindo-o. O trabalho – que contou com a participação de dois cientistas do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Pernambuco) – foi publicado em setembro na revista Science. A pesquisa foi realizada no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês).

    Nos experimentos, os pesquisadores coletaram a hemolinfa (o equivalente a sangue nos insetos) de mosquitos contaminados pelo Plasmodium. Essa hemolinfa foi, então, transferida para mosquitos sadios, que, posteriormente, foram infectados pelo parasita. Os resultados mostraram que a hemolinfa transferida potencializou a resposta imunológica dos insetos: todos os mosquitos sadios, após a infecção pelo Plasmodium, eliminaram por completo o parasita. “Embora o Anopheles responda naturalmente ao Plasmodium, em alguns casos o parasita consegue completar seu ciclo de vida no organismo do mosquito”, explica o pesquisador Fábio Brayner, da Fiocruz Pernambuco.
    A técnica de transferência de hemolinfa foi originalmente criada pelo pesquisador Luiz Alves, também da Fiocruz Pernambuco, e aprimorada pelo grupo. Com o uso de um microcapilar de vidro, eles retiraram a hemolinfa já diluída com anticoagulante, por meio de uma incisão no abdômen do mosquito. A transfusão foi feita com o auxílio de um microinjetor. Para avaliar o efeito da transferência de hemolinfa dos mosquitos contaminados para os sadios, os pesquisadores verificaram o número de parasitas (no estágio de oocistos) no intestino médio dos insetos. Entre o sétimo e o 14º dia após a infecção dos mosquitos sadios estimulados  com a hemolinfa, os oocistos haviam sido eliminados.

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    Aumenta o número de casos de doença transmitida por gatos

    No período de janeiro de 2001 a agosto de 2006, os casos de esporotricose - micose transmitida pelo fungo Sporothrix schenckii por meio da arranhadura de gatos - aumentaram no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com Margarete Bernardo Tavares da Silva, autora da dissertação de mestrado Distribuição sócio-espacial da esporotricose humana de pacientes atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas no período de 1997 a 2007, residentes no Estado do Rio de Janeiro. O estudo analisou 1.848 casos, com média de 168 destes por ano. Resultados comprovaram que gatos, em ambiente domiciliar e ao mesmo tempo em contato com a natureza, são fatores de risco para contaminação por esporotricose.
    De acordo com Margarete Silva, que também é pesquisadora do Ipec, uma das unidades técnico-científicas da Fiocruz, foram confirmados 1.107 casos de esporotricose humana, diagnosticados a partir de atendimento ambulatorial no serviço de referência de estudos clínicos de micoses. A média de notificação anual, entre 2001 e 2005, foi de 184 casos/ano. Segundo a pesquisadora, a esporotricose é uma micose subaguda ou crônica causada, na maior parte dos casos, por implantação traumática do fungo Sporothrix schenckii. Esta micose tem se tornado um grave problema de saúde pública no Estado do Rio de Janeiro devido ao aumento significativo de casos humanos nos últimos anos.

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    Prevenção da falta de desejo sexual em mulheres

    Dificuldades sexuais são comuns tanto em homens como em mulheres. Alguns estudos apontam que 25% a 63% das mulheres e 10 a 52% dos homens apresentam algum problema sexual (1, 2).
    A disfunção sexual feminina mais comum é a falta de desejo sexual, que acomete entre 15% a 34% das mulheres (3,4).
    O aparecimento deste transtorno associa-se às mudanças históricas do comportamento feminino e determina conseqüências do ponto de vista psicológico, físico e sexual.
    As mulheres do século XX, que saíram para trabalhar a partir da Segunda Guerra Mundial, descobriram que eram fortes e suficientemente capazes para disputarem espaço com os homens, no mercado de trabalho.
    Até o século XIX, as mulheres costumavam ter muitos filhos, amamentavam, comiam mais alimentos naturais e se movimentavam mais para cuidarem de todos os serviços de casa. As causas de morte femininas, nesta época, eram basicamente: complicações do parto e doenças infecto-contagiosas. Quando entraram "no mundo dos homens", infarto (devido ao estresse e ao sedentarismo), câncer de mama e de útero (devido ao menor número de filhos) e AIDS (após a revolução sexual) passaram a ser causas comuns de mortalidade, entre as mulheres. A entrada "no mundo dos homens" também afetou o tempo disponível para o lazer e o sexo.
    A ginecologista e obstetra Marianne Pinotti, pós-graduanda do Departamento de Ginecologia da USP, exemplificando uma das repercussões destas mudanças de hábito, refere que: "o câncer de mama é a doença da mulher moderna, que parou de ter filhos e de amamentar, engordou e tem alimentação inadequada"

    HPV e câncer do colo do útero

    O papilomavírus humano (HPV) não é um único tipo de vírus, mas uma família de vários tipos. Os HPV são vírus da família Papovaviridae, com mais de 100 subtipos diferentes identificados. As lesões mais comumente associadas a esses vírus estão na pele ou em mucosas, com crescimento limitado e que regridem espontaneamente após resposta imune. Os subtipos 6 e 11 são encontrados na maioria das verrugas genitais (condilomas acuminados), também chamadas de "crista de galo". Os subtipos 16 e 18 são de alto risco e relacionados a tumores malignos, em especial ao câncer do colo do útero.
    Esse vírus pode ficar no corpo por muito tempo, sem se manifestar, entrando em ação sob determinadas condições, como na gravidez ou numa fase de estresse, ou seja, quando a defesa do organismo fica abalada.
    Na maior parte das vezes, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. A mulher pode sentir uma leve coceira, dor durante a relação sexual ou notar algum corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração.
    Na maioria dos casos, essa infecção não resulta em câncer, mas até 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino foram antes infectadas por esse vírus. No Brasil, cerca de 7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Síndrome de Burnout

    Burnout: alto índice de estresse

    Com o mercado competitivo, ter estresse é normal e até nos ajuda a tomar decisões no trabalho e na vida pessoal. “Em certa quantidade pode ser positivo e mesmo necessário”, avalia Marine Meyer Trinca, psicóloga da Medicina Preventiva do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Entretanto, se isso é uma constante, principalmente quando chega a hora de entrar na empresa, a questão pode ser um pouco mais séria. No fim da década de 60, estudiosos previram a nova doença, classificada como síndrome de burnout.
    Caracterizada por ser o ponto máximo do estresse profissional, pode ser encontrada em qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos em que há impacto direto na vida de outras pessoas. É o que acontece, por exemplo, com profissionais da saúde em geral, jornalistas, advogados, professores e até mesmo voluntários.
    O termo burnout significa que o desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, pois, traduzindo do inglês, burn quer dizer queima e out exterior. Embora já se venha falando sobre o assunto há décadas, no Brasil as discussões em torno da síndrome tornaram-se mais fortes nos últimos anos.

    De olho nos sintomas

    Problemas de relacionamento com colegas, clientes e chefes, a falta de cooperação entre os colegas de trabalho, de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal e também de autonomia são grandes causadores do nível máximo de estresse. Fortes candidatos são aqueles conhecidos como workaholics, que se identificam bastante com o trabalho, vivem para ele e têm níveis de exigência muito altos

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    Tireoide

    Sonolência ou perda de sono. Cansaço ou agitação. Intestino preso ou solto. Se o paciente chega ao consultório com alguma dessas queixas, o médico certamente desconfiará que o problema esteja na tireoide. Pudera, nessa glândula são produzidos dois hormônios essenciais – o T3 e o T4 – para que todas as células do organismo funcionem de forma equilibrada.
     “Sem os hormônios produzidos pela tireoide não é possível viver”, enfatiza o dr. Ricardo Botticini Peres, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). E o médico vai além: “Se os hormônios são produzidos em excesso ou escassez, o organismo todo fica desequilibrado, o que resulta em vários problemas para a saúde”.
    O T3 e o T4 são essenciais porque interferem em vários controles do organismo, como os batimentos cardíacos, a temperatura, o metabolismo (conjunto de mecanismos químicos necessários ao organismo) que pode ficar mais rápido ou lento, e os movimentos intestinais. Por isso, quando estão em falta ou em excesso, o corpo todo sente.

    Equilíbrio é o segredo

    Um dos problemas mais comuns na tireoide, que atinge 20% das mulheres no mundo, é o hipotireoidismo, também chamado de tireoide preguiçosa. Nesse caso, o T3 e o T4 são produzidos em menor quantidade do que o corpo necessita, ou então nem são produzidos. “Isso faz com que o organismo trabalhe mais lentamente”, explica o dr. Peres. Entre os principais sintomas estão: cansaço, desânimo, alteração do padrão de sono, pele seca, aumento de peso, inchaço, aumento da pressão arterial, retenção de líquidos, alterações na menstruação, sonolência e intestino preso.
    Quando a tireoide está superativa, chamada de hipertireoidismo, ocorre excesso na produção de hormônios, provocando aceleração das funções do organismo. Os batimentos cardíacos ficam mais rápidos, resultando em taquicardia. A pessoa fica agitada e nervosa, perde o sono e tem diarreia.
    Embora as mulheres tenham mais problemas com a tireoide – e mais intensamente durante a menopausa – os homens não estão livres do desequilíbrio hormonal: a proporção é de seis mulheres para um homem. Crianças e adolescentes também podem sofrer de hipo ou hipertireoidismo. As causas, segundo o dr. Peres, são genéticas.
    Além do excesso e da falta de hormônios, há também os nódulos que, em até 95% dos casos, são benignos. Sua formação está relacionada à anatomia da glândula, que é rugosa e coberta por folículos onde são estocados os hormônios. Os folículos podem crescer de forma desordenada e tornarem-se nódulos ou cistos, que comprometem ou não o funcionamento da tireoide. “É muito comum haver o nódulo e a glândula funcionar normalmente. Apenas 5% dos casos resultam em problemas mais sérios, como o câncer”, explica o dr. Peres.

    Dengue

    Aspectos clínicos da dengue

    A dengue clássica se caracteriza pela diminuição da circulação de plaquetas (plaquetopenia) e o aumento da concentração do sangue (hemoconcentração), avaliadas no hemograma. Os sintomas são a chamada febre do dengue, representada por febre de início súbito, dor de cabeça, dores musculares, articulares, ósseas, erupções na pele (parecida com rubéola), coceira principalmente em palmas e plantas, prostração, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, tonturas ao sentar ou levantar que podem caracterizar queda de pressão arterial ao se levantar (hipotensão postural), hemorragias induzidas ou espontâneas. A febre pode desaparecer no terceiro dia, mas as manifestações podem progredir. A presença de febre menor que sete dias associada a dois ou três desses sinais ou sintomas indicam dengue clássico, que deve ser notificado).
    A doença evolui a cura dentro de cinco a sete dias, no máximo dez. Alguns sintomas podem prenunciar gravidade mesmo que não haja alterações laboratoriais características de dengue hemorrágico (plaquetopenia e hemoconcentração), tais como vômitos muito freqüentes, dor abdominal importante, tonturas com hipotensão postural, hemorragias. Esses casos devem ficar sob observação médica. Além disso, condições prévias ou associadas como referência de dengue anterior, idosos, hipertensão arterial, diabetes, asma brônquica e outras doenças respiratórias crônicas graves podem constituir fatores capazes de favorecer a evolução com gravidade.
    Após a introdução do Den-2 na região do Rio de Janeiro em 1990, observou-se, de imediato, um aumento na severidade dos sintomas e maior número de hospitalizações por complicações hemorrágicas e quadros de choque. Na atual epidemia de Den-3, igualmente, está sendo observada nos pacientes uma rápida evolução ao quadro de choque e morte, demonstrando que a amostra apresenta virulência elevada e ao se disseminar para outras regiões do país, poderá trazer sérios problemas de saúde pública.
    O controle do dengue pode ser feito de duas formas. Uma pela redução de infestação pelo mosquito e a outra, teoricamente, pela utilização de uma vacina eficaz. O desenvolvimento de uma vacina para o dengue constitui um difícil problema tecnológico, pois como se trata de quatro tipos de vírus, a vacina deveria conter todos eles, em proporções adequadas. Por outro lado, essas amostras vacinais deveriam ser previamente manipuladas para ter suas virulências reduzidas ou eliminadas.
    Os resultados até então obtidos ainda não permitem definir com certeza quando vacinas eficazes e seguras estarão disponíveis para dengue, restando como alternativa as medidas de combate aos vetores.
    Dengue Hemorrágico
    O dengue hemorágico é caracterizado, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pela concomitância de alterações laboratoriais, caracterizadas pela diminuição de plaquetas abaixo de 100 mil e elevação de hematócrito acima de 20% (hemoconcentração), e de alterações clínicas associadas à síndrome febril, apresentadas com gravidades variáveis.
    Grau 1 - hemorragia de pele induzida pela prova do torniquete ou do laço (deixa-se o manguito do aparelho de pressão arterial entre a pressão máxima e a mínima por cinco minutos e a prova é positiva se aparecer na dobra do cotovelo, numa área mínima de 2,5 cm², mais de 20 pontos vermelhos, que se denominam petéquias).
    Grau 2 - acrescem-se hemorragias espontâneas de pele (petéquias em 1/3 dos casos) e mucosas (nasais, gengivais, aumento do fluxo menstrual, sangramento urinário e/ou vômitos sanguinolentos). Podem ocorrer modificações no paladar (particularmente o paciente pode sentir o gosto de metal).

    Leishmaniose

    Apesar de acometerem, todos os anos, cerca de dois milhões de pessoas, espalhadas em 88 países de quatro continentes , as leishmanioses são doenças negligenciadas, ou seja, ignoradas pelas grandes indústrias farmacêuticas. Isso se explica por elas atingirem majoritariamente as populações menos favorecidas. Desse modo, devido ao baixo poder aquisitivo dos doentes e em virtude dos recursos escassos dos países onde normalmente essas moléstias acontecem, a produção de remédios para enfrentá-las não geraria um lucro satisfatório para a iniciativa privada. Agravando o quadro, elas também são relativamente pouco conhecidas pela população em geral, assim como pelos profissionais de saúde. 

    As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmanioses tegumentares, que atacam a pele e as mucosas, e viscerais (ou calazar), que atacam os órgãos internos. O protozoário, ou parasito, é transmitido ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos. O Dicionário de Medicina e Saúde, de Luís Rey, recomenda o termo leishmaníases para designar essas enfermidades.
    A Leishmania é transmitida ao homem e às demais espécies de hospedeiros vertebrados por pequenos insetos, de cor amarelada: os flebotomíneos. Estes pertencem à ordem Diptera, que agrupa, entre outros insetos, os mosquitos e as moscas. A transmissão acontece quando uma fêmea infectada de flebotomíneo passa o protozoário a uma vítima saudável, enquanto se alimenta de seu sangue.
    Tais vítimas, além do homem, são vários mamíferos silvestres (como a preguiça, o gambá e alguns roedores, dentre outros) e domésticos (cão, cavalo etc.). Os indivíduos infectados são conhecidos no meio científico como hospedeiros. Entre eles, alguns têm um papel preponderante na manutenção do parasito na natureza e são então chamados de reservatórios. No contexto epidemiológico, os reservatórios representam a principal fonte de infecção dos flebotomíneos que posteriormente transmitirão a doença ao homem. O cão doméstico é considerado o reservatório epidemiologicamente mais importante para a leishmaniose visceral americana.

     
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    Diabetes: um caso especial

    Na diabetes, uma equipe da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, liderada por Júlio Voltarelli, já usou células-tronco para tratar quatro crianças com diabetes tipo 1. A primeira intervenção foi feita há pouco mais de seis meses. Na diabetes tipo 1, as ilhotas de Langerhans, estruturas localizadas no pâncreas onde se encontram as células produtoras de insulina, são agredidas pelo sistema imune do próprio paciente. É preciso, então, acabar com esse mecanismo de auto-agressão. "Retira-se toda a medula óssea do paciente e todas as células auto-agressoras são descartadas. Apenas as células que não agridem o paciente são devolvidas à medula, que se repovoa graças à capacidade de regeneração das células-tronco ali presentes", descreve Santos. "É como se fosse um computador que encrenca e você dá um boot para a máquina voltar a funcionar direito", compara. É bem verdade que as células auto-agressoras podem crescer novamente, mas, por enquanto, todas as crianças que se submeteram ao procedimento estão bem e já não precisam tomar injeções diárias de insulina. "Procedimento similar tem sido realizado em pacientes portadores de outras doenças auto-imunes, como lupus e esclerose múltipla", acrescenta o imunologista.
    Recentemente, um grupo norte-americano publicou um artigo científico no qual relata que, se células-tronco isoladas da medula óssea forem cultivadas in vitro em um meio rico em glicose, elas se diferenciam em células secretora de insulina. Os pesquisadores injetaram essas células já diferenciadas na cápsula supra-renal de um camundongo diabético. Observaram que essa cápsula passava a produzir insulina, substituía o pâncreas lesado e corrigia a diabetes do animal. Agora, a imunologista Milena Soares, também do CPqGM/Fiocruz, está tentando repetir esse experimento, só que agora usando células humanas. O objetivo é obter células secretoras de insulina a partir de células-tronco e transplantá-las desta vez para o fígado, que se tornaria uma espécie de sucursal do pâncreas em pessoas com diabetes avançada, em que já não há nenhuma ilhota de Langerhans.



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    Hanseníase

    A doença
    A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. Não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. Apresenta múltiplas manifestações clinicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Em um país endêmico como o Brasil, em qualquer pessoa com alteração de sensibilidade na pele deve-se pensar em hanseníase.

    Modo de transmissão
    O contágio é exclusivamente entre os seres humanos. Os pacientes da forma multibacilar (contagiosa) sem tratamento, eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas adoecem. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença – tempo decorrido entre a exposição ao agente etiológico e o aparecimento dos sinais e ou sintomas da doença – é bastante longo, variando de três a cinco anos.

    Sinais e sintomas
    1. Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
    2. Manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
    3. Áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da sudorese;
    4. Caroços e placas em qualquer local do corpo;
    5. Diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).
    Na suspeita da doença, o que fazer?
    Procurar, o mais rápido possível a unidade de saúde mais próxima de sua residência para ser examinado pelo médico. Com o Sistema Único de Saúde (SUS), as atividades de diagnóstico, tratamento e controle da hanseníase são feitas em toda a rede básica de saúde, não sendo necessários o encaminhamento e o deslocamento do usuário.

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    Hepatite

    "A hepatite é uma doença caracterizada por uma inflamação do fígado. Pode apresentar diversas causas como as infecções por vírus, uso abusivo de álcool e certos medicamentos, de drogas, doenças hereditárias e auto-imunes. Entretanto, sabemos que as causas mais comuns são as virais. A hepatite pode ser classificada em aguda e crônica, sendo que essa última é representada por um processo inflamatório que dura mais de seis meses, porém a cronificação não ocorre em todos os casos."

    Na maioria das vezes a doença apresenta poucos sintomas e, às vezes, só é diagnosticada em exames de rotina, ou durante a investigação de um quadro inespecífico. Poucos são os casos que evoluem para uma forma aguda grave, podendo levar à morte. A importância da cronificação da doença é o potencial para o desenvolvimento de cirrose hepática e, posteriormente, câncer de fígado.

    Como já dito, são várias as causas de hepatite. Vamos repassar as mais importantes, lembrando que as infecções virais são as principais causas de hepatite, na maior parte do mundo.
    Hepatite por vírus A: esse vírus é eliminado nas fezes e seu modo de transmissão é chamado fecal-oral, ou seja, ingestão de água e/ou alimentos contaminados. Por isso, essa forma de hepatite é bastante comum em países menos desenvolvidos e em locais com precárias condições de higiene e saneamento básico. Acomete principalmente crianças, na faixa etária entre dois e seis anos, mas qualquer indivíduo pode ter a doença, caso ainda não tenha tido. Devemos ressaltar que quando os sintomas aparecem, o vírus já está começando a desaparecer das fezes, isto é, a fase de maior transmissibilidade já está terminando. Mesmo assim, recomenda-se um período de isolamento (não ir à escola, creche, etc) de mais ou menos sete dias, a partir do início dos sintomas. Em raros casos pode evoluir de forma grave, com hepatite fulminante. Por isso, pode apresentar-se em surtos, epidemias. Uma característica de extrema importância: esse tipo de hepatite não se cronifica.

    Brasil produzirá versão genérica de medicamento para aids e hepatites


    Mais uma aposta na produção nacional de medicamentos para a aids e as hepatites acaba de se concretizar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, por meio da Resolução nº 487/2011, o registro de comercialização da versão genérica do tenofovir para o laboratório oficial Fundação Ezequiel Dias (Funed – Governo do Estado de Minas Gerais). Com a autorização, 9 milhões de comprimidos começarão a ser produzidos a partir da próxima semana. Atualmente, cerca de 64 mil pacientes de aids e 1,5 mil de hepatites fazem uso do tenofovir no país. Essa produção tornou-se uma realidade em função de parceria público-privada, viabilizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde.
    O primeiro lote nacional do tenofovir estará disponível para os pacientes no final de março. Com o início da fabricação, 10 dos 20 medicamentos antirretrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passam a ser fabricados no Brasil, o que fortalece a autonomia do país na produção de fármacos. A concessão também comprova a capacidade técnica de produção nacional e reafirma o compromisso com a sustentabilidade do tratamento para as duas doenças. “Além de disponibilizar o medicamento para as pessoas que vivem com aids e hepatites, fica garantida a oferta a longo prazo, contribuindo para diminuir a dependência externa”, enfatiza o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco.
    Em 2010, foram investidos R$ 577,6 milhões na aquisição de antirretrovirais importados e R$ 224,9 milhões na fabricação dos nacionais. Mesmo incluindo o investimento com incorporação da tecnologia, o preço inicial do tenofovir nacional será o mesmo pago pelo SUS na última aquisição internacional: R$ 4,02. Até o final de 2011, a Funed entregará ao Ministério da Saúde, em quatro etapas, 36 milhões de comprimidos.
    A produção do tenofovir no Brasil é uma conquista do governo e da sociedade civil. O Instituto de Tecnologia de Fármacos (Farmanguinhos) e a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) entraram com um processo no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) argumentando que não havia atividade inventiva no medicamento.
    Em 2008, o Ministério da Saúde declarou interesse público do tenofovir, para fins de análise do pedido (Portaria nº 681/2008). Em junho do mesmo ano, o pedido de patente foi indeferido. A partir daí, o Brasil começou a investir na produção nacional do medicamento e o produto foi aprovado em todas as etapas de qualidade determinadas pela Anvisa.

    Aleitamento materno

    Foto de uma mulher amamentando um bebê
    Aleitamento materno
    O leite materno é completo. Isso significa que até os 6 meses o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). Depois dos 6 meses, a amamentação deverá ser complementada com outros alimentos. Você pode continuar amamentando até 2 anos ou mais. O leite materno funciona como uma verdadeira vacina, protegendo a criança de muitas doenças. Além disso, é limpo, está sempre pronto e quentinho. Isso sem falar que a ama­mentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê.
    A amamentação também traz muitos benefícios para a mãe:
    - reduz o peso mais rapidamente após o parto;
    - ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto;
    - reduz o risco de diabetes;
    - reduz o risco de câncer de mama;
    - se a amamentação for exclusiva, pode ser um método natural para evitar uma nova gravidez.
    Como tornar a amamentação mais tranqüila e prazerosa:

    Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem um horário para mamar. Dê o peito ao seu filho sempre que ele pedir. Com o tempo, ele vai fazendo seu horário de mamadas.
    Antes de começar a dar de mamar, lave as mãos.
    - a melhor posição para amamentar é aquela em que você e o seu bebê se sentirem mais confortáveis. Não se apresse, deixe o bebê sentir o prazer e o conforto do contato com seu corpo;
    - cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado. Dei­xe-o mamar até que fique satisfeito. Espere que ele esvazie bem a mama e então ofereça a outra, se ele quiser.
    - o leite do fim da mamada tem mais gordura e por isso mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso;
    - na primeira mama, o bebê suga com mais força porque está com mais fome e assim esvazia melhor essa mama. Por isso, sempre comece com aquela que terminou a última mamada, para que o bebê tenha a oportuni­dade de esvaziar bem as duas mamas, o que é importante para a mãe ter bastante leite.
    Dificuldades na amamentação
    Rachaduras no bico do seio:
    As rachaduras aparecem quando a criança não está pegando bem no peito da mãe. Se a pega do bebê não estiver correta, procure corrigi-la. Se o peito estiver muito cheio, tornando a mamada difícil, retire um pouco do leite antes, para ajudar o bebê a mamar. Se não houver melhora, procure ajuda num serviço de saúde.
    Seios empedrados:
    Quando isso acontece, é preciso esvaziar bem os seios. Não deixe de amamentar, ao contrário, amamente com freqüência, sem ho­rários fixos, inclusive à noite. Retire um pouco de leite antes de dar de mamar, para amolecer a mama e facilitar para o bebê pegar o peito. Se houver piora, procure ajuda num serviço de saúde.
    Pouco leite:
    Para manter sempre uma boa quantidade de leite, amamente com freqüên­cia, deixando o bebê esvaziar bem o peito na mamada. Não precisa oferecer outro alimento (água, chá, suco ou leite). Se o bebê dorme bem e está ganhando peso, o leite não está sendo pouco.
    Leite fraco:
    - não existe leite fraco! Todo leite materno é forte e bom. A cor do leite pode variar, mas ele nunca é fraco;
    - nem todo choro do bebê é de fome. A criança chora quando quer aconche­go, quando tem cólicas ou sente algum desconforto;
    - sabendo disso, não deixe que idéias falsas atrapalhem a amamentação.
    Vantagens para o bebê:
    Crianças que mamam têm menos risco de sofrer de doenças respiratórias, infecções urinárias ou diarréias, problemas que podem levar a internações e até à morte. O bebê amamentado corretamente, no futuro terá menos chance de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.
    Vantagens para a mãe:
    A mulher que amamenta corre menos risco de contrair câncer de mama e de ovário. Amamentar também ajuda a mulher a voltar ao peso normal mais rápido.
    Doação de leite materno:
    O leite materno armazenado nos bancos de leite humano é utilizado para atender bebês prematuros ou doentes que não conseguem se alimentar diretamente no seio materno. O Brasil possui a maior rede de bancos de leite humano do mundo, são 186 no país todo!
    Quem pode doar:
    - Para ser doadora de leite materno a mulher deve estar plenamente saudável. Mães portadoras de doenças infecto-contagiosas, como AIDS, não podem nem mesmo amamentar seus próprios filhos com o risco de contaminá-los;
    - A doadora não pode fumar, beber ou tomar medicamentos;
    - Antes da possível coleta, a doadora deve mostrar seu cartão de pré-natal e passar por uma avaliação clínica;
    - Em alguns municípios a coleta pode ser feita em casa; a mãe telefona para o serviço responsável e os profissionais vão até ela recolher o leite;
    - Ao chegar ao banco, o leite passa por um rigoroso controle de qualidade, sendo pasteurizado para eliminar bactérias e vírus.
    Para saber mais e tirar dúvidas, ligue para o Disque-Saúde: 0800 61 1997.